Justiça Divina e Justiça dos Homens

Justiça Divina e Justiça dos Homens.

Sejam bem-vindos! Somos um blog de divulgação da Doutrina Espírita em assuntos que guardam relação com o Direito e a Justiça. Nosso principal objetivo é comentar temas jurídicos da atualidade, sempre à luz do Espiritismo. Naveguem com o Mestre Jesus!

A lei de Deus é perfeita e invariável. As leis dos homens são imperfeitas e evoluem ao longo dos tempos, sendo apropriadas aos costumes e ao caráter dos povos (interpretação do blog sobre o Capítulo I, itens 1 e 2 de "O Evangelho segundo o Espiritismo)



domingo, 19 de julho de 2015

A mulher que libertou mais de 2 mil escravos em pleno século XXI




Marinalva Dantas, auditora do trabalho, por dez anos autuou fazendas com trabalho ilegal. Sua história virou livro



Graças aos esforços de uma única brasileira, 2.354 pessoas foram libertas da escravidão desde 1995, um século depois da assinatura da Lei Áurea. Essa brasileira é Marinalva Dantas, auditora do trabalho e uma das maiores referências do país no combate à escravidão moderna e ao trabalho infantil. As histórias dessa mulher e dessas causas se misturam e estão contadas no livro A Dama da Liberdade, lançado no dia 26 de maio, também data do aniversário de 61 anos de Marinalva. Foi escrito pelo jornalista Klester Cavalcanti.
Fonte: Revista Época

Comentários de Espiritismo & Direito:




    Nos termos do artigo 149 do Código Penal Brasileiro, reduzir alguém a condição análoga à de escravo constitui crime, punível com pena de reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena correspondente à violência. A pena é aumentada da metade se o crime é praticado contra criança ou adolescente, ou por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem.

    Não obstante a referida sanção penal, a atuação do Ministério Público do Trabalho revela que os números sobre o trabalho escravo no Brasil, infelizmente, ainda são alarmantes.

    Todavia, não se deve perder de vista serem resquícios de um costume que, felizmente, vem marchando para ser gradativamente abolido da maioria das sociedades. 

    De prática legal e generalizada ainda até durante boa parte do século XIX e, em alguns locais, do século XX, a escravidão ingressa o terceiro milênio mais restrita ao terreno da clandestinidade, sendo considerada uma prática ilícita e criminalizada nas ordens jurídicas da grande maioria das sociedades. 

    No âmbito da Doutrina Espírita, Allan Kardec, ao tratar da Lei de Liberdade, dedica ao tema Escravidão uma boa parte do capítulo X do Livro de III de "O Livro do Espíritos". São as questões de 829 a 832, que seguem abaixo transcritas:

829. Há homens naturalmente destinados a ser propriedade de outros homens?
      — Toda sujeição absoluta de um homem a outro é contrária à lei de Deus. A escravidão é um abuso da força desaparecerá com o progresso, como pouco a pouco desaparecerão todos os abusos.
Comentário de Kardec: A lei humana que estabelece a escravidão é uma lei contra a natureza, pois assemelha o homem ao bruto e o degrada moral e fisicamente.
      830. Quando a escravidão pertence aos costumes de um povo, são repreensíveis os que a praticam, nada mais fazendo do que seguir um uso que lhes parece natural?
      — O mal é sempre o mal. Todos os vossos sofismas não farão que uma ação má se torne boa. Mas a responsabilidade do mal é relativa aos meios de que dispondes para o compreender. Aquele que se serve da lei da escravidão é sempre culpável de uma violação da lei natural; mas nisso, como em todas as coisas, a culpabilidade é relativa. Sendo a escravidão um costume entre certos povos, o homem pode praticá-la de boa fé, como uma coisa que lhe parece natural. Mas desde que a sua razão, mais desenvolvida e sobretudo esclarecida pelas luzes do Cristianismo, lhe mostrou no escravo um seu igual perante Deus, ele não tem mais desculpas.
      831. A desigualdade natural das aptidões não coloca certas raças humanas sob a dependência das raças inteligentes?
      — Sim, para as elevar e não para as embrutecer ainda mais na escravidão. Os homens têm considerado, há muito, certas raças humanas como animais domesticáveis, munidos de braços e de mãos, e se julgaram no direito de vender os seus membros como bestas de carga. Consideram-se de sangue mais puro. Insensatos, que não enxergam além da matéria! Não é o sangue que deve ser mais ou menos puro, mas o Espírito (Ver itens 361 e  803.)
       832. Há homens que tratam os seus escravos com humanidade, que nada lhes deixam faltar e pensam que a liberdade os exporia a mais privações. Que  dizer disso?
       — Digo que compreendem melhor os seus interesses. Eles têm também muito cuidado com os seus bois e os seus cavalos, a fim de tirarem mais proveito no mercado. Não são culpados como os que os maltratam, mas nem por isso deixam de usá-los como mercadorias, privando-os do direito de se pertencerem a si mesmos.

    Como se vê, à luz do Espiritismo, a escravidão é uma prática degradante e contrária à Lei de Deus. Com a evolução das civilizações humanas e o advento do Cristianismo e de outras doutrinas religiosas e humanistas, não há mais argumentos que possam justificar ou minimizar a culpabilidade pela submissão de pessoas à condição análoga à de escravo.

    Sobre o tema, recomendamos a leitura de importantes romances espíritas. São obras de conteúdo e qualidade ímpares, escritas por autores espirituais ou encarnados, que tiveram a felicidade de demonstrar, com riqueza de detalhes, o caráter degradante e retrógado da escravidão. Esclarecem sobre as graves implicações espirituais, informando quanto aos prolongados sofrimentos e provações impingidos pela "lei de causas e efeitos" para a redenção dos algozes, e das próprias vítimas, quando estas optam por trilhar o triste caminho do rancor e da vingança.

 Vamos, então, encerrar este post com as sinopses de três belas obras sobre o tema, escritas por Emmanuel, Salvador Gentile e Antônio Carlos sobre o tema:



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Sinopse: Nesse romance Emmanuel conta-nos uma história ligada ao Cristianismo do século II. Nele, alguns personagens do livro “Há Dois Mil Anos” voltam à jornada terrena vivenciando, de modo claro, a lei de causa e efeito. Um dos personagens centrais daquela obra, o Senador Públio Lentulus, apresenta-se nesta em uma nova roupagem, encarnado como um escravo: Nestório. Esse escravo mostra, na sua volta à Terra, uma postura mais humilde, agora numa categoria que seu coração orgulhoso havia espezinhado na existência anterior. A misericórdia do Senhor permite-lhe reparar, na personalidade de Nestório, os desmandos e as arbitrariedades cometidas no passado, quando, investido do poder público, supunha, em sua vaidade, guardar todos os direitos e poderes em suas mãos. O personagem central deste livro é, no entanto, uma mulher, Célia. Coração sublime, cujo heroísmo divino foi, no dizer de Emmanuel, uma luz acesa na estrada de numerosos Espíritos amargurados e sofredores. Ela entendeu e viveu as lições de Jesus no transcurso doloroso de sua existência.


Sinopse: Um emocionante romance do século XIX, cujo o autor consegue aliar momentos de leveza e graciosidade à densidade dramática e conduzir o leitor a uma profunda reflexão da responsabilidade nas relações humanas, ou seja de comando ou subalternidade. A história de Coronel Souza, um bondoso fazendeiro, contrastando com a perversidade do Barão Macedo, um impiedoso escravocata, desencadeia uma rede de intrigas entre ambas as famílias, trazendo-lhes dor e morte.


Sinopse: Este romance retrata um período de dor e sofrimento da História do Brasil, contado pelos próprios personagens que viveram, na carne, a força da opressão e da dominação dos senhores de engenho. Na espiritualidade, porém, as conseqüências das experiências vividas na Terra ganham seu verdadeiro contorno, sem distinção de raça, cor ou esfera social. A vida ganha amplitude maior. O esclarecimento e o perdão avançam com a educação espiritual. O escravo Bernardino e seus companheiros estão prontos para uma nova jornada de amor e de serviço em benefício do semelhante. Por toda essa emoção, 'Escravo Bernardino' é um livro repleto de ensinamentos edificantes. Uma lição de bondade, amor e humildade.



sábado, 16 de março de 2013

O desencarne coletivo em Santa Maria perante as Leis Divinas e as leis humanas


Entre as inúmeras manifestações de amigos espíritas sobre o incêndio na Boate Kiss em Santa Maria/RS, culminando com mais um triste episódio de desencarne coletivo, desta feita de mais de duas centenas de jovens, duas mensagens que reputamos como extremamente equilibradas e coerentes foram veiculadas por Dora Incontri e Richard Simonetti (ambas seguem escritas no final deste post).
Em síntese, conclamam-nos à fé raciocinada, à oração e à caridade com os familiares das vitimas, alertando-nos para o fato de que casos da espécie não são tão simples e não basta que sejam enquadrados como resgate coletivo.

Toda e qualquer tragédia ocorre por força da lei de ação e reação, mas nem sempre a ação ocasionadora da reação tem causa em encarnação passada, nem é sempre também que as vítimas fazem parte de um resgate coletivo, a exemplo daquele que nos noticiou Humberto de Campos sobre o incêndio do circo de Niterói, no início da segunda metade do século passado.
Muitas vezes a lei de causa e efeito é desencadeada na própria encarnação presente, em decorrência de atos irresponsáveis, o que não é difícil de se pensar que tenha ocorrido com a infeliz decisão de particulares e autoridades públicas quanto ao funcionamento de um prédio, para aglomeração de mais de mil pessoas, sem estrutura de combate a incêndio e saídas de emergência, colocando a vida de centenas de pessoas em risco e, nesse caso específico, tendo culminado com o desencarne coletivo sob enfoque. A própria sociedade brasileira é conivente e despreocupada com a segurança, pois frequenta esses locais totalmente desprovidos de estrutura e segurança sem pensar nas consequências para a própria vida e integridade física.

Dessa forma, é até temerário se atribuir a causa do ocorrido a um desencarne coletivo, sem que se tenham premissas seguras para se fazer essa afirmação. Provações e resgates coletivos existem e isso é ponto pacífico na Doutrina Espírita e não serão incomuns na transição do Mundo para a Nova Era de Regeneração. Mas isso não autoriza a se concluir que qualquer tragédia coletiva assim se explica.
No caso específico de Santa Maria, o que pensar dos considerados suspeitos de terem responsabilidade mais direta pelo acidente que, segundo a imprensa, seriam aqueles que adquiririram um artefato pirotécnico impróprio para locais fechados, os empreendedores da boate e as autoridades públicas? Será que dá para crer que a Sabedoria Divina se valeria dessa imperfeição, em tese, de alguns Espíritos, para propiciar o resgate coletivo de outros? Se assim fosse, será que não entraríamos em um círculo vicioso, uma vez que, para resgatar o débito do passado de alguns, outras pessoas teriam que se endividar perante as leis de Deus?

O propósito desse blog, como todos os nossos leitores sabem, é discutir assuntos espíritas sob a óptica jurídica e vice-versa. E, sendo assim, a que parece, a triste e dolorosa temática em questão parece se enquadrar perfeitamente em nossa pauta. Isso na medida em que o sofrimento das vítimas precocemente desencarnadas, das suas famílias, dos sobreviventes que sofrem as consequências físicas e psicológicas do acidente, dos sobreviventes que sofrem as consequências físicas e psicológicas do acidente, da sociedade brasileira em geral, sempre muito solidária nesses momentos, e das próprias organizações e pessoas suspeitas de terem responsabilidade pela tragédia, fazem nossas atenções se voltarem para aspectos tais como: as consequências danosas das leis humanas imperfeitas, no caso em matéria de segurança, a cultura de falta de compromisso da sociedade em exigir o cumprimento das leis que são para o seu bem e segurança, e a omissão das autoridades públicas de desempenharem o papel de fiscalizar o cumprimento dessas leis e adotarem as medidas para impedir que sejam burladas em detrimento da segurança das pessoas.
Deus nos dotou de livre-arbítrio e, seres imperfeitos que somos, cometemos erros graves, cujas consequências não se restringem a desencadear os efeitos da lei de causa e efeito, mas também provocam sofrimentos, angústias, remorsos e outros sentimentos. Mas ao contrário da nossa imperfeição, as Leis Divinas são tão perfeitas a ponto de propiciarem que os erros da humanidade sirvam de ensinamento para o aperfeiçoamento das leis humanas e das condutas dos indivíduos, ainda que seja um remédio amargo para nossas imperfeições.
 
 


Reflexões espíritas sobre a Tragédia de Santa Maria
 
A tragédia de Santa Maria me leva a algumas reflexões que considero importantes para o movimento espírita.

Recentemente participei de uma banca de doutorado na Universidade Metodista, em que o pesquisador José Carlos Rodrigues, examinou em ampla investigação de campo quais os principais motivos de “conversão”, eu diria, “migração” para o espiritismo, no Brasil. Ganhou disparado a “resposta racional” que a doutrina oferece para os problemas existenciais.
De fato, essa é grande novidade do espiritismo no domínio da espiritualidade: introduzir um parâmetro de racionalidade e distanciar-se dos mistérios insondáveis, que as religiões sempre mantiveram intactos e impenetráveis, sobretudo o mistério da morte.
Entretanto, essa racionalidade, que era realmente a proposta de Kardec, tem sido barateada em nosso meio, como tudo o mais, para tornar-se uma cartilha de respostinhas simples, fechadas e dogmáticas, que os adeptos retiram das mangas sempre que necessário, de maneira triunfante e apressada, muitas vezes, sem respeito pela dor do próximo e sem respeito pelas convicções do outro. Explico-me.
Por exemplo: existe na Filosofia espírita uma leitura de mundo de “causa e efeito”, que traduziram como “lei do karma”, conceito que vem do hinduísmo. Essa ideia é de que nossas ações presentes geram resultados, que colheremos mais adiante ou que nossas dores presentes podem ser explicadas à luz de nossas ações passadas. Mas há muitas variáveis nesse processo: por exemplo, estamos sempre agindo e portanto, sempre temos o poder de modificar efeitos do passado; as dores nem sempre são efeitos do passado, mas sempre são motivos de aprendizado. O sofrimento no mundo resulta das mais variadas causas: má organização social, egoísmo humano, imprevidência… Estamos num mundo de precário grau evolutivo, onde a dor é nossa mestra, companheira e o que muitas vezes entendemos como “punição” é aprendizado de evolução.
O assunto é complexo e pretendo escrever mais profundamente sobre isso. Aqui, apenas gostaria de afirmar que nós espíritas, temos sim algumas respostas racionais, mas elas são genéricas e não podem servir como camisas de força para toda a realidade. Que respostas baseadas em evidências e pesquisas temos, por exemplo, para essas famílias enlutadas com a tragédia de Santa Maria?
• que a morte não existe e que esses jovens continuam a viver e que poderão mais dia, menos dia, dar notícias de suas condições;
• que a morte traumática deixa marcas para quem fica e para quem foi e que todos precisam de amparo e oração;
• que o sofrimento deve ter algum significado existencial, que cada um precisa descobrir e transformá-lo em motivo de ascensão…
• que a fé, o contato com a Espiritualidade, seja ela qual for, dá forças ao indivíduo, para superar um trauma dessa magnitude.
 Não podemos afirmar por que esses jovens morreram. Não devemos oferecer uma explicação pronta, acabada, porque não temos esses dados. Os espíritas devem se conformar com essa impotência momentânea: não alcançamos todas as variáveis de um fato como esse, para podermos oferecer uma explicação definitiva. Havia processos da lei de causa e efeito? Provavelmente sim. Houve falha humana, na segurança? Certamente sim. Qual o significado que essa tragédia terá? Cada pai, cada mãe, cada familiar, cada pessoa envolvida deverá achar o seu significado. Alguns talvez terão notícias de algum evento passado que terá desembocado nesse drama; outros extrairão dessa dor, um motivo de luta para mais segurança em locais de lazer; outros acharão novos valores e farão de seu sofrimento uma bandeira para ajudar outros que estejam no mesmo sofrimento e assim por diante.
Oremos por essas pessoas, ofereçamos nossas melhores vibrações para os que foram e para os que ficaram e ainda para os que se fizeram de alguma forma responsáveis por esse evento trágico. Mas tenhamos delicadeza ao tratar da dor do próximo! Não ofereçamos respostas fechadas, apressadas, categóricas, deterministas. Ofereçamos amor, respeito e àqueles que quiserem, um estudo aberto e não dogmático, da filosofia espírita.
Fonte: http://doraincontri.com/2013/01/28/reflexoes-espiritas-sobre-a-tragedia-de-santa-maria/


Morte na Boate
 
 
Por Richard Simonetti
 
Tragédias como a de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, que vitimou 231 pessoas sempre suscitam a dúvida crucial: Maktub? Estava escrito?
A meu ver está escrito apenas que morreremos um dia, mas sem definição do dia e hora, já que estes pertencem às contingências humanas, subordinadas ao livre-arbítrio. Raros vivem integralmente o tempo concedido por Deus para as experiências humanas. Multidões retornam antes do tempo à espiritualidade por cuidarem mal do corpo, por se comprometerem no vício, no desregramento, na indisciplina, no crime…
Há quem diga que débitos cármicos, nascidos de desvios cometidos em passadas existência teriam originado uma espécie de resgate coletivo na funesta madrugada.
Além de logisticamente complicado juntar pessoas que queimam e sufocam seus semelhantes para morte igual, tal resgate lembra a pena de talião defendida por Moisés, o olho por olho, à distância do amor que cobre a multidão dos pecados, ensinado por Jesus.
Há sempre a ideia supostamente consoladora, de que tudo vem de Deus. Assim pensando, seria, porventura, mais razoável imaginar que Deus estimula a negligência, a indisciplina, os vícios, os assassinatos, as bebedeiras, a agressividade, a maldade, a violência, as guerras, que diziam milhões de pessoas para que as pessoas paguem suas dívidas?
Seria razoável imaginar que Deus inspirou os americanos a soltar duas bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, para que 200 mil japoneses quitassem seus débitos?
Essas mortes são de inspiração humana, jamais divina.
O verdadeiro consolo está em considerar que o Espírito, a individualidade pensante, não morrerá jamais.
Nascer e morrer são apenas duas faces da mesma moeda: a vida imortal, que se estende ao infinito, no desdobrar de experiências que nos conduzem à perfeição. Então, como diz Jesus, não mais experimentaremos a experiência da morte, em planos de matéria densa como a Terra. Nessa concepção está o verdadeiro consolo.
Quanto aos nossos amados, que nos antecedem no retorno à Espiritualidade, estão ausentes apenas aos nossos olhos.
Se pudéssemos ver saberíamos que eles nos procuram, sofrem com nossa angústia, perturbam-se com nosso desconsolo, fortalecem-se com nossa coragem, vibram com nossas esperanças, torcem para que sejamos firmes e fortes no enfrentar os embates da existência a fim de que o reencontro mais tarde se dê em bases de vitória sobre as provações humanas, ensejando-nos luminoso porvir.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Resignação perante as injustiças II: adversários da resignação

Prosseguindo com o tema em discussão esta semana, iniciado com o post Resignação perante as injustiças I: motivos da resignação, hoje teremos a postagem mais breve da série, porém de importância capital para o nosso estudo.


Resignação perante as injustiças II: adversários da resignação

Demonstrados os motivos da resignação, agora, é importante alertar quanto a sentimentos que constituem seus fortes adversários, que são a inveja, o orgulho e o egoísmo. Senão vejamos.

Inveja em relação às condições materiais e espirituais alheias, como por exemplo, invejar em relação ao próxima a sua casa, o seu carro, a sua posição social, o seu emprego, a sua família estruturada, a sua personalidade, as suas virtudes, os seus amigos. Essas condições que, aliás, muitas vezes, são até mesmo aparências que se pintam em vivas cores diante de nossa inferioridade espiritual e sentimentos menos felizes. Não que não se possa admirar alguém por suas conquistas ou pela pessoa que é ou harmonia em que vive. Se isso for encarado como exemplo positivo e convertido em força de vontade para trilharmos um caminho melhor, ótimo. Mas se quedarmos perante a triste sorte da inveja, criaremos um forte obstáculo à resignação perante os infortúnios de nossa própria condição.

Orgulho em várias circunstâncias: não aceitar a caridade alheia perante nossa condição desfavorável, como uma pessoa doente receber com paciência, gratidão e despojamento os cuidados de um familiar dedicado; não suportar viver as aparências da enfermidade ou a privação de determinado bem material; não saber lidar com o constrangimento do comportamento inconveniente de um familiar. Sentir vergonha da própria penúria ou mesmo da condição ou conduta alheia só atrapalha que nos resignemos perante essas situações que nos causam incômodo ou sofrimento. Quando compreendermos melhor os limites da resignação, também entenderemos isso com mais precisão.
 
Egoísmo de não saber repartir os bens materiais ou dividir com o próximo a atenção de pessoas queridas. Sofrendo com essas insatisfações negativas, o egoísta tem muitas dificuldades para se resignar. Antes de se resignar, é necessário estirpar qualquer sentimento egoísta do coração.
 

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Resignação perante as injustiças I - Motivos da Resignação




Nesta semana, o nosso blog se propõe a estudar o tema "Resignação perante as injustiças".
Para tanto, vamos dividir nossa abordagem em quatro postagens diferentes. Nas três primeiras, pretende-se focar a visão Cristã e Espírita da resignação. Como pedra de fecho, teremos um quarto post que recapitulará a fundamentação das postagens anteriores e veiculará a conclusão acerca do tema.
Aqui a primeira dessas postagens:

Resignação perante as injustiças I - Motivos da Resignação



Uma das bem aventuranças proclamadas pelo Mestre no Sermão da Montanha foi: "Bem aventurados os aflitos, porque serão consolados".

Em "O Evangenho Segundo o Espiritismo", na passagem intitulada "Motivos de Resignação" (cap. V, item 12), o significado dessa máxima de Jesus é exposto no sentido de que, ao assim se expressar, o Mestre "...indica, ao mesmo tempo, a compensação que espera os que sofrem e a resignação que nos faz bendizer o sofrimento, como o prelúdio da cura".
Em outras palavras, também escolhidas por Kardec, com a precisão e didatismo que lhe é peculiar, essa máxima também se traduz por: "deveis considerar-vos felizes por sofrer, porque as vossas dores neste mundo são as dívidas de vossas faltas passadas, e essas dores, suportadas pacientemente na Terra, vos poupam séculos de sofrimento na vida futura. Deveis, portanto, estar felizes por Deus ter reduzido vossa dívida, permitindo-vos quitá-las no presente, o que vos assegura a tranqüilidade para o futuro".
E mais: "O homem que sofre é semelhante a um devedor de grande soma, a quem o credor dissesse: “Se me pagares hoje mesmo a centésima parte, darei quitação do resto e ficarás livre; se não, vou perseguir-te até que pagues o último centavo”. O devedor não ficaria feliz de submeter-se a todas as privações, para se livrar da dívida, pagando somente a centésima parte da mesma? Em vez de queixar-se do credor, não lhe agradeceria?"
Isso nos mostra o quanto é útil à evolução do Espírito a resignação perante o sofrimento.
Nossa postura resignada diante de uma prova ou expiação constitui estado psicológico primordial para a conversão de ciclos negativos da lei de causa e efeito em dádivas redentoras da misericórdia do Pai Celestial. A dor expirimentada em uma parte mais ou menos extensa desta existência terrena, que não é senão um grão de areia na eternidade do Espírito, constitui eficiente vacina contra enfermidades espirituais e jornadas expiatórias ou de provas que poderiam se prolongar por diversas encarnações futuras.






quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Processo do “mensalão”: aquele que não tiver pecado que atire a primeira pedra


                O Ano de 2012 foi marcado pela decisão do Supremo Tribunal Federal de condenar políticos, publicitários e outras figuras cujas condutas ilícitas são chamadas pela mídia de “crimes do colarinho branco”.
                Os fatos estão ligados ao evento que ficou conhecido como “escândalo do mensalão” e notabilizou o Ministro Joaquim Barbosa como uma espécie de arauto da Justiça, por ter sido figura exponencial no julgamento, que foi tido por histórico pela satisfação dos anseios da sociedade brasileira, notoriamente cansada do sentimento de impunidade em relação a práticas de corrupção e imoralidades na condução das coisas públicas.
                Porém, nos últimos dias de 2012, o Ministro Joaquim Barbosa, agora na condição de Presidente da Corte, em decisão singular, determinou que se aguarde o esgotamento de todas as vias recursais e o trânsito em julgado das decisões condenatórias para que, se mantidas, sejam executadas as ordens de cumprimento das penas cominadas aos réus.
                Diferente da euforia pelas condenações, essa decisão foi veiculada na imprensa e comentada nas redes sociais com uma nítida conotação de decepção com o fato dos acusados não sofrerem prisão imediata.                                    
                Porém, a mesma sociedade que enaltece o Ministro Barbosa pela sua participação nas decisões condenatórias, deveria reconhecer em sua decisão singular o respeito às leis e às garantias individuais das pessoas, já que a Constituição Federal veicula princípios fundamentais como presunção de inocência, devido processo legal, ampla defesa e contraditório.
                Com sua decisão de aguardar o trânsito em julgado, andou muito bem o Ministro em racionalizar uma situação tratada com emoção pela mídia e a sociedade. Aliás, essa situação não se restringe ao caso sob enfoque, estendendo-se também a crimes de júri popular emblemáticos, nos quais a mídia e a sociedade prejulgam e condenam os acusados antes mesmo de se submeterem aos processos preconizados pelas leis humanas. Então, cabe aos responsáveis pela Justiça e aplicação do Direito cuidar para que abusos não sejam cometidos e os réus, por mais barbáries de que sejam acusados, tenham todos os seus direitos respeitados.
                Da nossa parte, como Espíritas, cabe analisar esses fatos à luz do Evangelho de Jesus. Sob esse prisma, tudo deve ser visto com muito equilíbrio.
Claro que devemos almejar e, na medida do possível, contribuir por um mundo mais ético, no qual imperem as leis morais, especialmente, a Justiça, o Amor e a Caridade. E nisso, a existência e efetiva aplicação de leis humanas para punir criminosos de todas as naturezas ainda se fazem necessárias nos dias atuais.
Por outro lado, não podemos ingressar nessa onda de euforia ou precipitação com o sortilégio dos acusados de transgredir essas leis humanas. É preciso lembrar a parábola em que Jesus enunciou: “Aquele que não tiver pecado que atire a primeira pedra” (O Evangelho Segundo Espiritismo”, cap. X, item 11).
As penas para os que cometem crimes são próprias da vida terrena e necessárias ao progresso da humanidade imperfeita. Porém, não devemos nos empolgar com as condenações alheias. Lembremos que também somos suscetíveis a crimes, nossos entes queridos também o são e, ademais, não sabemos do que fomos capazes no passado. As leis humanas punem e a Lei Divina, por meio dos mecanismos da ação e reação, leva o transgressor à expiação da falta. A nossa parte é exercer a indulgência, orando pelas vítimas e criminosos, nunca nos esquecendo de que a eficiente e verdadeira Justiça é a Divina, e que a Justiça dos homens é falível e, justamente, por isso está sujeitas a inúmeros limites.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Ano Novo, Transição Planetária e Evolução Espiritual


ADEUS ANO VELHO, FELIZ ANO NOVO, QUE TUDO SE REALIZE NO ANO QUE VAI NASCER, MUITO DINHEIRO NO BOLSO, SAÚDE PRÁ DAR E VENDER!
Cântico certamente muito entoado nesta virada de Ano, a mensagem acima é de esperança e otimismo. Muito bonita, mas não deve ser vista sob um prisma materialista.
Saúde prá dar e vender significa “Cuidar do corpo e do Espírito”. O corpo é uma dádiva de Deus, nosso instrumento evolutivo, a veste material de que nos revestimos para as provas e expiações que caracterizam a jornada terrena. O dinheiro, que representa e compra os bens materiais, também é uma necessidade de sobrevivência e um instrumento de conforto.
Mas somos Espíritos eternos e não levamos o corpo daqui, muito menos o dinheiro e os bens materiais. Após desencarnarmos, só levamos os reflexos de como lidamos com a matéria, as verdadeiras aquisições são as espirituais.
Portanto, equilíbrio é a palavra chave. Muito dinheiro no bolso e saúde prá dar e vender, mas tudo com equilibro.

Cuidar do corpo e do espírito

Tal qual estudante
à jornada escolar cada ano a retornar,
Se vai o ser errante
em estada programada reencarnar.

Para o estudante,
Seu livro básico é instrumento inesquecível.
Ao reencarnante,
O corpo físico é indumento imprescindível.

Dedicado o bom aluno,
Tem momentos edificantes de leitura instrutiva.
No reencarne oportuno,
Ensinamentos importantes da aventura evolutiva.

Quem zela pelos materiais estudantis,
Garante o seu conhecimento.
Revela belos os ideais juvenis,
Diante do amadurecimento.

Quem trata do corpo com rigor,
Sempre facilita
Constata toda a sorte de dor
Que assim evita.

Estragar a saúde,
Reduz o prazo de encarnação.
Mas cuidar amiúde,
Conduz ao êxito na provação.

Se tenho uma vida saudável
Constante e bem regrada,
Mantenho a partida inviável
Distante de minha estrada.

Quem tenta a sua paz espiritual,
E cultiva a oração, o senso e a paciência
Ostenta-se assaz perceptual
Na ofensiva do coração contra o peso na consciência.

A paz de ter a alma equilibrada
Remete à acuidade sentimental
Compraz o ser de calma abençoada
Reflete sanidade na veste material.

O dinheiro e os bens materiais terrenos são para a vida terrena e devem ser administrados com altruísmo e parcimônia. Cada um o faz de acordo com seu grau evolutivo. A verdadeira riqueza que se adquire durante a existência terrena é o “ dinheiro ” espiritual amealhado.
André Luiz, em “Nosso Lar”, fala-nos muito bem dos bônus-horas, que são “moedas” representativas dos méritos decorrentes de nosso trabalho pelo próximo e pela comunidade. No plano terreno, ganhamos bônus-horas a partir de nossas transformações íntimas e dos atos meritórios praticados.
A cada dia, quando deitamos a cabeça no travesseiro, devemos fazer um balancete de nossa conduta diária: acertos e erros. A cada passagem de ano, devemos fazer um balanço de nossos méritos e deméritos. E os projetos para um Ano Novo mais profícuo na seara evolutiva. Tudo porque, quando desencarnamos, vem a Auditoria sobre todos os balanços anuais. É aí que nossa consciência está liberta o suficiente para, com o auxílio da Espiritualidade, conseguirmos mensurar se lucramos (evolução espiritual) ou se tivemos prejuízo (tempo perdido).

HOJE É UM NOVO DIA DE UM NOVO TEMPO QUE COMEÇOU, TODOS OS NOSSOS SONHOS SERÃO VERDADE, O FUTURO JÁ COMEÇOU.
Esta outra música, veiculada todos os finais de ano pelo veículo de mídia mais influente de nosso país, fala de um Novo Tempo. É uma mensagem menos individual e mais coletiva. Igualmente uma mensagem de esperança e otimismo, reflete o sonho de uma humanidade melhor, que contrasta com pensamentos de Fim do Mundo, Cataclismas e Juízos Finais.
A Doutrina Espírita nos esclarece muito bem sobre isso. Realmente, estamos vivendo um novo tempo, passando por uma grande transição de Mundo de Provas e Expiações para Mundo de Regeneração, para um planeta mais fraterno, em que a Terra só terá lugar para Espíritos decididos à prática do bem.
Todavia, há duas observações que se deve fazer.
Primeiro: a transição planetária não é instantânea, nem possui data marcada. Ocorrerá ao longo de várias gerações (avós, pais, filhos, netos, bisnetos...).
Segundo: diante de tantas tragédias, crimes, guerras, desajustes familiares e outras cenas tristes da vida contemporânea, podemos imaginar que a transição ainda não se iniciou. Todavia, ela se iniciou sim e a propensão ao bem já prevalece neste plano reencarnatório. O problema é que a mídia vive de notícias ruins. É o que repercute, o que dá Ibope, pois embora já sejamos capazes de fazer o bem, ainda nos preocupamos demasiadamente com as tragédias e maldades veiculadas nos noticiários. Prevalecem as notícias de garotos da favela que se tornam criminosos sobre daqueles muito mais numerosos que, mesmo diante das adversidades, tornam-se homens de bem. A todo momento noticiam-se crianças abandonadas e vítimas de violência, mas pouco se vê sobre as crianças desamparadas que são acolhidas carinhosamente em famílias adotivas. Muito se fala de crimes passionais e tragédias familiares, mas não há espaços para histórias de amor e famílias exemplares e estruturadas.
Bom! O fato é que, nesse Mundo de Regeneração que está surgindo, somente poderão permanecer os Espíritos que tenham evoluído suficientemente para tanto. Então, nestes primeiros dias do Ano de 2013, um ano como qualquer outro, vamos fazer dele um ano decisivo para a nossa evolução moral, aproveitando as dádivas do Criador, os ensinamentos do Mestre Jesus e o esclarecimento sublime da Doutrina Espírita, porque...

Deus é o Pai, é o nosso Criador
Seja suave, seja com alguma dor,
Pelo caminho ou no último estertor,
Ele nos deu muito dom para o Amor.

Veio Jesus ensinar a caridade,
De coração, sem orgulho ou vaidade,
Ricos exemplos que exprimem a verdade,
Ensinamentos rumo à felicidade,

Veio Kardec como codificador,
Após dois mil anos, nosso grande educador,
Espiritismo é palavra de Amor,
Reencarnação, um toque de esplendor.

Vamos buscar essa nossa evolução,
Vamos viver essa grande inovação,
Pra depurar esse nosso coração,
Desabrochar toda boa intenção.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Sentença condenatória de Jesus

 
 "No ano dezenove de TIBÉRIO CÉSAR, Imperador Romano de todo mundo. Monarca invencível na olimpíada cento e vinte ... sob o regimento e governador da cidade de Jerusalém, Presidente Gratíssimo, PÔNCIO PILATOS. Regente na baixa Galiléia, HERODES ANTIPAS. Pontífice sumo sacerdote, CAIFÁS, magnos do Templo, ALIS ALMAEL, ROBAS ACASEL, FRANCHINO CENTAURO. Cônsules romanos da cidade de Jerusalém, QUINTO CORNÉLIO SUBLIME E SIXTO RUSTO, no mês de março e dia XXV do ano presente - EU, PÔNCIO PILATOS, aqui presidente do Império Romano, dentro do palácio e arqui-residente julgo, condeno e sentencio à morte, Jesus, chamado pela plebe - CRISTO NAZARENO - e Galileu de nação, homem sedicioso, contra a Lei Mosaica - contrário ao grande Imperador TIBÉRIO CÉSAR. Determino e ordeno por esta, que se lhe dê morte na cruz, sendo pregado com cravos como todos os réus, porque congregando e ajuntando homens, ricos e pobres, não tem cessado de promover tumultos por toda a Galiléia, dizendo-se filho de DEUS E REI DE ISRAEL, ameaçando com a ruína de Jerusalém e do Sacro Templo, negando os tributos a César, tendo ainda o atrevimento de entrar com ramos e em triunfo, com grande parte da plebe, dentro da cidade de Jerusalém. Que seja ligado e açoitado, e que seja vestido de púrpura e coroado de alguns espinhos, com a própria cruz nos ombros, para que sirva de exemplo a todos os malfeitores, e que, juntamente com ele, sejam conduzidos dois ladrões homícidas; saindo logo pela porta sagrada, hoje ANTONIANA, e que se conduza JESUS ao Monte da Justiça chamado de CALVÁRIO, onde, crucificado e morto, ficará seu corpo na cruz, como espetáculo para todos os malfeitores e que sobre a cruz se ponha, em diversas línguas, este títuto: JESUS NAZARENUS, REX JUDEORUN. Mando, também, que nenhuma pessoa de qualquer estado ou condição se atreva, temerariamente, a impedir a justiça por mim mandada, administrada e executada com todo rigor, segundo os Decretos e Leis Romanas, sob pena de rebelião contra o Imperador Romano. Testemunhas da nossa sentença: Pelas doze tribos de Israel: RABAIM DANIEL, RABAIM JOAQUIM BANICAR, BANBASU, LARÉ PETUCULANI. Pelos feriseus: BULLIENIEL, SIMEÃO, RANOL, BABBINE, MANDOANI, BANCUR FOSSI Pelo Império Romano: LUCIO EXTILO E AMACIO CHILCIO
 
 
Comentários de Espiritismo & Direito
 
           Embora não tenhamos encontrado provas da autenticidade desse texto que circula amplamente pela Rede, não se pode negar que representa muito bem as notícias que, principalmente, os Evangelistas deixaram sobre a decisão que decretou a condenação do Mestre Jesus.
           Não destoa também das notícias dos amigos espirituais, como tantas que se extrai da obra de Emmanuel.
           Num mundo em que Direito e Justiça ainda se distinguem, pode-se dizer seguramente que, se alguma fidelidade guardar ao verdadeiro documento condenatório, além da sentença mais injusta de todos os tempos, certamente, podemos classificá-la como uma atrocidade jurídica, uma nulidade que não seria tolerado em tempos modernos e nações democráticas.
           Jesus não teve direito à ampla defesa e ao contraditório: não há menção a processo ou ao exercício do direito de defesa.
           Fundamentação frágil e genérica ao citar os "Decretos e Leis Romanas". Quais decretos, leis e dispositivos aplicáveis a cada acusação?
            E a pena? Onde estava prevista?
           Ausência de provas e grave ofensa ao princípio da presunção de inocênncia: nenhuma prova dos fatos foi mencionada pelo julgador Pilatos. E as testemunhas, poder-se-ia argumentar? São testemunhas do ato processual sentença e não dos fatos que levaram à sua prolação.
***
            Neste Natal, em que comemoramos mais um Aniversário de Jesus, pode parecer contraditório lembrar do ato que levou ao Seu desencarne. Mas estamos falando do Mestre que a cada dia nasce em mais corações, que foi incompreendido durante sua passagem pelo corpo material e, no dia em que o deixou, só nos deu mais um exemplo entre tantos que marcaram Sua passagem pela Terra, ou seja, na verdade, com o Seu sacrifício, nasceu mais um pouquinho para a Humanidade terrena.